sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A DECEPÇÃO

 


Porque nos decepcionamos com uma pessoa, com um acontecimento, com uma situação, com a vida?
A decepção é um sentimento tão frustante, talvez seja das sensações que mais me entristece, me deita abaixo, me impede de continuar, me bloqeia.
Será que criamos expectativas altas demais? Ou será que as expectativas eram normais, próprias e adequadas, mas a decepção teimosamente nos bate à porta?
Será um problema de ansiedade, de querermos que tanto se realize, que tanto aconteça?
Será que somos exigentes demais, e exigimos dos outros, coisas que nem nós próprios sabemos fazer?
Será que uns são mais atreitos a decepções que outros?
Será que uns, nem percebem a decepção não lhe dando a importância que outros lhe dão?
Será que as decepções só acontecem aos emotivos? Aos frágeis? Aos corajosos? Aos exagerados? Aos idiotas? 
E acordar depois de uma decepção?
Acordar para a Vida, acordar para o Dia, pôr os pés fora da cama, levantar o corpo, calçar qualquer coisa para começar a pisar o chão, a terra, olharmo-nos no espelho, olhar uns olhos decepcionados,….
E depois, muitas vezes voltar ao mesmo sítio, ao mesmo local, ver a mesma pessoa, ter de falar com essa pessoa, voltar e reencontar o mesmo ambiente, o mesmo cenário….. 
Reagir…. Como se faz para Re Agir? Reagir é voltar a agir! Para voltar a agir, é preciso ter vontade de agir. E o mundo que nos rodeia, exigente, que não tolera a insatisfação, não tolera tristezas, que como uma criança mimada, quer-nos Lindos, Contentes, Sorrizinhos, Arranjados, Elegantes, Perfeitos, e todos nos pedem, “Vá reage, faz qualquer coisa, tens de melhorar! Lá estás tu com o teu péssimismo!…”. E para culminar, lá dizem a frase: “Não percebo, porque ficas assim, não é caso para isso!”.  E nós, envolvidos num manto negro de tristeza, de amargos na boca, de nós no estomâgo, de dedos das mãos frios, de joelhos ligeiramente a quebrar, ficamos perplexos a olhar para aquela gente que nos diz “Que não é nada!”. Não é nada???! Mas não percebem, que para nós É TUDO!Que houve uma derrocada de terras, por cima da nossa boca, que houve uma inundação de líquidos salgados, que nos deixou molhados de suores frios, que o nosso coração saltou, mexeu-se, como se de um sismo se tratasse e nos deixou com taquicárdia, que houve um corte a meio dos nossos pulmões, e os pôs a trabalhar em limites mínimos, que sentimos o sangue a parar nas veias e que fomos invadidos por um vento frio e quente, que levantou todas as areias no ar que  nos sufocam e nos cegam? Pois, não vêem isto?Faltam as lágrimas? Ah, as lágrimas, as piegas lágrimas, que comovem os outros….. Mas olhem, os decepcionados não choram por fora, choram por dentro! Choram, choram, choram, até ficar secos, como um solo africano, seco, ressequido, morto…. 


Deixem-nos enterrar uma decepção, como se de um corpo morto se tratasse, deixem-nos enviuvar, chorar aquilo que nunca acontecerá, que nunca iremos possuir, deixem-nos cair no chão (não nos levantem, por favor!), de pernas e braços abertos deixem-nos gritar, gritar muito para que saiam os espíritos malígnos que nos envenenam, deixem-nos enlouquecer, perder o juízo, falar sózinhos, deixem-nos sair para a rua de robe e chinelos como um velho senil, deixem-nos estar sós, desgrenhados e sem comer, deixem-nos fugir (não vão à nossa procura, por favor!) e se quisermos deixem-nos morrer.
.……………………………………… 
MAS HAVEMOS DE SOBREVIVER!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Sorte...








Eu realmente não acredito em sorte...

Mas... sei dar valor as coisas. E as pessoas!!

domingo, 29 de novembro de 2009

O Anônimo do lápis.


Estou lendo um livro. Nessa manhã, depois de alguns dias sem tocá-lo resolvi, finalmente terminar de lê-lo. Já estava no capitulo 5° quando me deparei com um texto escrito à mão e de lápis. De início, achei um absurdo. É um livro de uma biblioteca publica, deve ser respeitado e bem cuidado pelos que usam de seu conhecimento.
Bom, depois, me deu a curiosidade de ler o que se tinha naquelas linhas. Tentar ver o que a pessoa que leu aquele livro antes de mim queria passar, ou compartilhar. Notei uma sensibilidade extrema, e via que a pessoa que escreveu descrevia muitos de meus pensamentos, de minhas idéias, de minhas angustias. Bom, continuo não achando correto escrever em um livro publico, mesmo que esse “anônimo do lápis” pretendia fazer e dizer alguma coisa sobre sua vida. Bom, compartilho agora o que estava escrito no livro por esse colega leitor anônimo.

“Tentei desenhar o que sou, o que faço, a multiplicidade das coisas. Tentar ser forte, tentar ser frágil ao mesmo tempo. És a dureza da vida:saber que elas são exatamente uma só para toda eternidade. Tenho que aprender a ver meus sentimentos. E também o que os outros sentem. Mas, algumas vezes na vida já me havia perguntado: por que todos os sonhos são azuis? Hoje tive um sentimento que não consegui decifrar. Tentei desenha-lo ou escreve-lo, mas a vontade de fugir de mim é maior do que qualquer outra coisa. Tentei parar o tempo, as pedras por cima das águas, a uma velocidade que não agüentam a força de meus sentimentos. Segui uma historia que sei que já vivi, mas, é inútil acreditar que toda beleza do universo pode ser paralisada por alguns momentos.”

sábado, 28 de novembro de 2009

Navegando no mapa do meu nada

É possível levar-se por um altruísmo que vença o meu próprio ego?

Quantos mais terá de arrastar até que saia de cima do prego?


Eu quero o momento que destruirá a vida que conheço.
Quero olhar o espelho e poder me enxergar...porque nem sempre sou eu que estou lá.

Qual é a cor da minha alma?
Qual [é o cheiro da minha sombra?
Quantos neurônios possui meu coração?
Quantos devaneios mais caberão na minha cabeça...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

NÃO DÁ!!

Hoje não dá
Vou consertar a minha asa quebrada
E descansar


(Os Anjos - Legião Urbana)

Sobre amizade

Acho que devemos continuar assim. Saudavelmente. Não concordas? ;) Descomplicar e despreocupar...
(..)
Conhecemo-nos o suficiente para partilharmos momentos, mesmo que fugidios, pequenos olás através do pc ou de uma ou 2 mensagens... conhecemo-nos o suficiente para abrirmos parte da nossa alma sem nos preocuparmos demasiadamente com isso.

E quer a honestidade de ambos que este tipo de amizade seja mantida à distância e que os encontros sejam meros acasos: há que haver empenho e seriedade em manter os pressupostos da nossa amizade.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ACHISMOS




O problema de ACHAR as coisas, é exatemente o fato dele nunca ter sido confirmado,
vc simplesmente acha.
Achar q tal pessoa é aquilo, e qnd vc menos imagina,
ou da forma q vc jamais pensaria, age de forma totalmente

contrária q vc ACHOU q um dia ela agiria.
Achar q algm se importa com vc como vc se importa com ela,
só pq ela te deu "provas" de amizade, q na verdade não são bem provas,

mas são coisas q vc ACHOU q só realmente um amigo de verdade faria.
Achar que algm sente por vc o mesmo

q sente por essa pessoa em mesmo gênero número e grau,
pelo simples fato de que com certos gestos e
palavras vc ACHOU que parecia ser um sentimento mutuamente correspondido.
Achar que vc pode tudo,

consegue tudo, e raramente errará naquilo ,q é bom pelo menos,
mas isso é pq vc ACHA q td pode ser simples ou igual, e

q determinada coisa nunca poderá surpreender.
O problema de tanto ACHISMO, é q

ninguém ACHA q pode se supreender com nada, pois ACHA Q TUDO na vida

já pode ter acontecido, e o q venha a acontecer num seja nada muito diferente.
Dizer pra nunca dizer nunca é uma verdade,

mas nesse caso, NUNCA ache e simplemsente acredite naquilo

como verdade ABSOLUTA e IMUTÁVEL.

Somos seres humanos, a vida é vivida por nós, logo,

tudo está passível de erros e mudanças constantes e



INESPERADAS.

domingo, 15 de novembro de 2009

Catedral



O deserto que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver que o céu é maior


Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar
É deserto onde eu te encontrei

Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver que o tempo é maior
Olhei pra mim

Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está
No silêncio uma catedral

Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei, vai ter que existir
Vai resistir nosso lugar
Solidão, quem pode evitar?

Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e desagua dentro de mim
Amanhã, devagar
Me diz como voltar
Se eu disser que foi por amor

Não vou mentir pra mim
Se eu disser deixa pra depois
Não foi sempre assim
Tentei dizer

Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar...




MÚSICA MUITO LINDA!!

domingo, 8 de novembro de 2009

NÃO SERIA PERFEITO?!

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até
ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos
até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo,
bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para colégio, tem vários namorados, vira criança,
não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de
colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida
flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo!
Não seria perfeito?

Charles Chaplin

sábado, 7 de novembro de 2009

Sumi,será? Eu queria explodir.


Estão sendo dias insuportaveis, eu me sinto mal, e como, nem sei explicar, estou péssima com as palavras, ando tão confusa mentalmente entende ? nem eu .
ainh. quero que passe logo, é como uma espera sem fim, eu naum sei oque fazer, não tenho idéia de como começar com um novo começo e não me entendo em nada.é um turbulencia.
aqui na minha casa as coisas pareçem piorar e melhorar, ao mesmo tempo e será que vc tem idéia de como isso me irrita ?me deixa inquieta, esperando por algo que nem eu sei oque é :Imsa sei que nem existe. e isso não ajuda em nada, naum me acalma.eu andei chorando muito, sim.
eu chorei, eu não gosto de admitir isso porque eu me orgulho de ser forte em certos momento, mas eu choro como qualquer criança com medo .
eu sinto falta de coisas que poderiam ter acontecido.são meus sonhos os culpados!
eu sonho tanto, com um dia em que talvez nunca chegue, em coisas que acho que nunca aconteceriam , e me alegro com eles. mas, mas.. é tão temporaria essa alegria,
eu sempre tenho que fazer mais sonhos, criar novos planos, reinventar a minha alegria todo dia, é como uma bateria que se enche e logo se descarega.sabe, isso cansa por vezes, e por vezes eu choro sim. choro de verdade com todo meu coração .

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Momentos de Síntese


Há alturas da nossa vida em que tudo parece estar a resolver-se, a
chegar a um momento de síntese, em que todas as procuras
parecem estar a chegar ao fim, todos os horizontes se vislumbram
tal é a oferta e a dimensão com que surgem e eis a tão aguardada
apoteose ali tão perto de ser atingida. Mas esses momentos são
fugazes, são passageiros, partem tão depressa como surgem. Se
num tempo parece que encontramos todas as respostas, todas as
soluções, depressa porém as nossas mãos ficam vazias, talvez
ainda mais do que antes como se toda a matéria projectada à
nossa frente se desfizesse em milhares de grãos de areia. Por vezes
parece que vários caminhos são possíveis, que várias direcções
podem ser tomadas, mas rapidamente percebemos que muitos
são apenas miragens e sobra apenas um único, o qual é
simplesmente o mesmo em que já caminhamos, mas não é por
isso que sabemos onde este vai dar, se é que chegará a algum
lado…

CONSTATAÇÃO


Ontem fui jantar com um amigo com o objetivo de conhecer a sua futura esposa. Coisa que costumo fazer involuntariamente antes dessas situações é sempre imaginar a cara-metade de alguém que se conhece bem. Faz-se um esboço, tenta-se adivinhar um perfil para depois de se ver ao vivo e a cores quem de direito, perceber-se o quanto redondamente se estava enganado. Não que o nosso engano tenha um carácter negativo ou positivo, é mais uma constatação de que quando nos pomos a adivinhar algo que julgamos ser nunca acertamos. Não que costume falhar ao traçar o perfil das pessoas quando olho para elas, mas falho sim se pensar em alguém na óptica de uma terceira pessoa. Ela nada tinha a ver com o meu amigo e talvez por isso houvesse aquela paixão nos olhos deles, aquela ligação e cumplicidade, uma verdadeira atração de opostos que irradiava uma energia incrível, sempre expressa num sorriso terno.
Apesar das diferenças aparentes havia igualdade, semelhança, simplesmente para quem está de fora a imagina-los num cenário onde estivessem separados e sem se conhecerem, jamais apostaríamos nessa união, que espero com sinceridade que dure e dê frutos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

DE TRISTEZA.



Choro de cansaço.
De um acumular de sentimentos, que ficam para mais tarde, para depois.
Respiro fundo, e digo a mim própria, "mais tarde, agora não!".
Hoje foi o mais tarde que consegui aguentar.

PERGUNTA DA SEMANA...



Acreditas no sobrenatural?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009



Nem tente
Não invente
Fazer o bem sem olhar a quem, só funciona quando o quem quer o bem.

Nem tente
Não invente
Não se insinue onde não é chamado, porque sua palavra é sem cabimento

Nem tente
Não invente
Perca a paciência.
Jogue pro alto.

Dá um grito e vai embora, porque fazer o bem sem olhar a quem...

... só se quem quiser...

SÁBIO CONFÚCIO.

Perguntaram, certa vez, a Confúcio:
“O que o surpreende mais na humanidade?

Confúcio respondeu:
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para a recuperarem.

Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem
viver o presente nem o futuro. Vivem como se nunca fossem morrer
e morrem como se não tivessem vivido…”

Portanto, viva, ame, liberte-se dos preconceitos, mude tua ótica.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Gostaria que todos meus amigos fossem cachorros!!

Recebi por e-mail de um grande amigo meu, creio que este me chamou de cachorra pelo e-mail, ou de grande amiga..... rs.....
É de cortar o coração!!!


Gostaria que todos os meus amigos fossem cachorros !!!

um cachorro foi visto no meio de uma avenida com muito trânsito cuidando de seu amigo que foi atropelado por um carro. Usando a pata, o cachorro tentava acordar seu amigo que estava morto.


O cachorro tentava empurrar seu amigo para fora da avenida. E quando alguma pessoa tentava ajudar, ele rosnava e afugentava os que se aproximavam dele.


Apesar do tráfego pesado, o cachorro não abandonava seu amigo. As pessoas ficaram impresionadas de como um cachorro vira-lata podia ser tão leal !
Em situações difíceis é quando sabemos quem é um verdadeiro amigo.


Definitivamente
não vamos esperar que situações difíceis sejam necessárias para demonstrarmos o quando consideramos aqueles que são nossos verdadeiros amigos.



Se você tem um amigo, conserve-o e quando tiver oportunidade de demonstrar sua amizade, não espere, faça.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SINTAXE À VONTADE!!

O TEATRO MÁGICO

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade,sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sonhar não custa nada.Ou quase nada!!



Dormi no sofá (...de fato) como de costume. Não que eu
não tenha um quarto, uma cama realmente minha, yes I have. Mas é que às vezes é muito mais confortável e cômodo me manter deitada
onde estou e transformar aquele breve cochilo, em uma noite de
bons sonhos ( é bem verdade que nem sempre...). Essa noite, como
há algum tempo não acontecia, tive sonhos estranhos. O sonho em
si, pode-se dizer que foi mais do que normal, envolvia amigos,
curtição e algumas cenas de beijo. O defeito está justamente nas
cenas de beijo, casais que estão totalmente fora do script. Ou que
deveriam estar fora do mesmo em toda-e-qualquer hipótese,
cogitação e coisas do tipo. Casais esses, que só existem no universo
ilusório que invade nossos pensamentos e toma de posse a nossa
mente, durante o sono. Nos conduzindo à sonhar verdadeiros
absurdos, pois pegam como plano de fundo algumas faíscas dos
nossos desejos mais íntimos. Insano seria colocá-los em
prática....mas tendo em vista que há, o que eu chamo de amnésia
sonífera, não conseguiríamos concretizar de forma fiel, porque
a "sensação estranha" (geralmente) desaparece assim que
acordamos. E logo em seguida vem a pergunta: O que eu sonhei
mesmo?



Wake up...a vida segue. Os sonhos passam, as lembranças ficam e
só o necessário permanece!!!

Kiriku,Macunaíma,Folclore a arte


Outro dia, assisti a um desenho animado mais do que diferente,Kiriku e a feiticeira, de Michel Ocelot. O filme começa com uma mulher, africana, grávida. Dentro do ventre materno, o bebê fala: "Mamãe, eu quero nascer." A mãe responde que, se ele já fala dentro da barriga dela, pode nascer sozinho. O menino engatinha para fora do corpo da mãe e corta o próprio cordão umbilical. "Mamãe, você tem que me lavar." Se ele nasceu sozinho, também pode se lavar sozinhom, é o que a mãe responde. Ela recomenda apenas que economize a água, porque, desde que a feiticeira Karaba apareceu na aldeia, o riacho parou de correr e todos os homens que vão combatê-la são comidos, inclusive o pai e o tio de Kiriku. E Kiriku, apesar do preconceito que sofre por ser menor que todos, vai atrás de Karaba para acabar com o sofrimento do seu povo.
A animação, com desenho algo naïf, é infantil mas não infantilizada (as cores são fortes - "tropicais?" - e as mulheres andam com seios à mostra, o que levou o filme a receber indicação "adulto" nos EUA). Uma análise do filme pode ser encontrada
aqui.
A história é baseada em lendas da África Ocidental, e o interessante é notar como o tom se parece com as narrativas indígenas que inspiraram Macunaíma, de Mário de Andrade. Folheando hoje um livro do Sérgio Buarque de Holanda, O espírito e a letra, encontrei "O mito de Macunaíma". O antropólogo, historiador, crítico, etc., etc. Macunaíma e Piá, gêmeos filhos do Sol, ainda no ventre da mãe, dizem: "Saiamos a visitar nosso pai. Mostraremos o caminho..." No meio do caminho para encontrar o pai de Piá e Macunaíma, a mãe acaba caindo e se machucando. Enfurecidos, os gêmeos se recusam a indicar a direção novamente. A mãe é morta por um jaguar, mas as crianças sobrevivem e crescem rapidamente. Dentro de um mês já eram adultos.
Outra semelhança entre os dois mitos está nos "suporpoderes" de Kiriku (que, além de já nascer espertérrimo, corre mais rápido que qualquer um) e do "deus" Macunaíma.
Queria ter mais tempo - e conhecimento - para tentar entender o que, afinal, significa esse mito do filho conversar com a mãe antes de nascer. Seria uma referência à óbvia e profunda ligação materna com os filhos? Ou àquilo que falta ao homem e atrapalha sua sobrevivência, ao fato de demorar mais que as outras espécies para ter autonomia?
Mas, além disso, Kiriku e Macunaíma são duas obras muito divertidas, e que nem por isso são simples. Tendo se inspirado em tradições semelhantes, têm públicos muitos distintos.
Kiriku é daquele tipo de animação que, em vez que passar valores às crianças, incentiva a imaginação. E, quem sabe, após conhecer algo diferente de Shreks e Mulans, ela não se desenvolve com mais gosto pelos livros, por culturas diferentes da sua (e da americana). Para terminar, a música do filme (traduzida; em francês é mais bonita):
Kiriku não é grande mas é valente
Kiriku é pequeno mas é o meu amigo
Kiriku é pequeno mas é o meu amigo
Kiriku o valente, é melhor que nós
Kiriku não é grande mas é a nossa criança
Kiriku é pequeno mas tem bom coração
Kiriku é pequeno mas tem bom coração
Kiriku é pequeno mas é o nosso amigo
Kiriku não é grande mas é a nossa criança.
(Imagens: cartaz de Kiriku e a feiticeira e Grande Otelo como Macunaíma.)

All the People, many people...


A verdade é que, debaixo deste sorriso que sempre
desencanto e destes sonhos todos, se esconde
alguém que oscila cada vez mais nos sentimentos
em relação às pessoas. Acho que nesta matéria
chego a ser muito criteriosa, tais são as variações
entre os dois pólos das minhas relações com os
outros.As pessoas, eu sempre acreditei nas pessoas
como seres humanos capazes de proezas
simples...mas a verdade é que são capazes de
proezas maléficas.
Por um lado, consigo sempre de alguma forma
deslumbrar-me com a generosidade e princípios de
algumas pessoas, com a genuína vontade de fazer
bem sem esperar nada em troca. Mas por outro, e
garanto que estes últimos dias não têm sido nada
fáceis, há muito que sinto que a maioria das
pessoas não merece a importância que me vejo
obrigada a dar-lhes: as pessoas que não mexem
uma palha para conseguirem o que lhes faz falta, as
pessoas que cruzam os braços à menor dificuldade,
as pessoas que desistem ao primeiro contratempo,
as pessoas que arranjam subterfúgios e bodes
expiatórios para fugirem às suas responsabilidades,
as pessoas que nos descartam quando se fartam de
nós ou quando já não lhes fazemos falta,
as pessoas que usam outras e abusam da sua
ingenuidade, as pessoas que nos tossem para cima
literalmente e por fim as pessoas que julgam que o
seu pequeno mundo é o único existente e válido.
Eu respiro fundo, juro que respiro, mas não tem sido
fácil nestes últimos dias. Não é fácil impingir rectidão
a quem não tem espinha e é impossível pedir a
alguém que respeite os princípios em que não
acredita. Felizmente, ainda não me conseguiram
acabar com o optimismo e com a ideia de que há
pessoas genuinamente boas, dificilmente
corrompíveis, empenhadas em fazer deste um
mundo melhor. Eu já VI estas pessoas. Falo com
algumas todos os dias e sei que são muito mais do
que apenas ingénuas. Mas estas pessoas são
muitas vezes como as pedras naqueles jardins
orientais: submersas, escondidas pelas águas
paradas mas firmes na sua ligação ao outro lado. Eu
batalho para estar também deste lado das
trincheiras e tentar ser um exemplo de cidadania.
Mesmo que me digam que o mundo é dos espertos.
Eu sei que é muito mais dos sensivéis e
inteligentes,pois o mundo por eles respira.

domingo, 18 de outubro de 2009

O TEMPO E O AMOR...

ele dormia no ponteiro do relógio
ele, o tempo
cansado, de tanto correr
cansado, de tanto esperar
puxava a lua
soltava o sol
a primeira serena
o segundo esvaporido
e ele, o tempo,
dolorido de temporar
dormia no ponteiro do relógio
ele dormia no ponteiro do relógio
ele, o amor
inalcansável pelos minutos
pelas horas, pelo tempo
puxado pelo olhar
solto pelo beijo
o primeiro, exato
o segundo, subjetivo
e ele, o amor,
acostumado em temporar
dormia insone no ponteiro do relógio
para o tempo
insiste no amor
e num olhar que seja exato
e num beijo que seja subjetivo
ame eternamente
e para o tempo nesse exato minuto em que te amo pra sempre...

domingo, 23 de agosto de 2009

A IDADE DE SER FELIZ...



Existe somente uma idade para a gente ser feliz.Somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los, a despeito de todas as dificuldade e obstáculos.Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores.Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE, também conhecida como AGORA ou JÁ e tem a duração do instante que passa...

domingo, 9 de agosto de 2009

O QUE AMO?

Gilberto Gil pode inspirar respondendo:

O SEU AMOR
AME-O E DEIXE-O
LIVRE PARA AMAR
IR ONDE QUISER
AME-O E DEIXE-O
BRINCAR,CORRER,CANSAR E DORMIR EM PAZ
O SEU AMOR
AME-O E DEIXE-O
SER O QUE ELE É

A QUEM SOU APEGADA?

ROBERTO FREIRE ESCREVE O SEGUINTE TEXTO,QUE INSPIRA UMA REFLEXÃO:

"PORQUE TE AMO EU NÃO PRECISO DE TI
PORQUE TU ME AMAS TU NÃO PRECISAS DE MIM
NO AMOR JAMAIS NOS DEIXAMOS COMPLETAR
SOMOS DELICIOSAMENTE DESNECESSÁRIOS UM PARA O OUTRO"

SE TUDO PASSA,QUAL O SENTIDO DE SE APEGAR?
TUDO É IMPERMANENTE.

NADA DO QUE FOI SERÁ
DE NOVO DO JEITO QUE JÁ FOI UM DIA
TUDO PASSA,TUDO SEMPRE PASSARÁ
A VIDA VEM EM ONDAS COMO O MAR
NUM INDO E VINDO INFINITO
TUDO QUE SE VÊ NÃO É
IGUAL AO QUE A GENTE VIU HÁ UM SEGUNDO
TUDO MUDA O TEMPO TODO NO MUNDO
NÃO ADIANTA FUGIR NEM MENTIR PRA SI MESMO


AGORA HÁ TANTA VIDA LÁ FORA
AQUI DENTRO SEMPRE
COMO UMA ONDA NO MAR


LULU SANTOS.










sábado, 27 de junho de 2009

REFLEXÕES DE UMA MENINA

DOCE E ESPERANÇOSA INOCÊNCIA
ENQUANTO ALMOÇAVA E DIZIA QUE O FRANGO ESTAVA GOSTOSINHO,MARTINA LEMBROU:"SABIA QUE EU TENHO UM COFRE EM SANTO ANDRÉ,NA CASA DA MINHA AVÓ REGINA?
NO COFRE,EU TENHO MUITAS MOEDAS;CADA UM DOS ADULTOS ME DÁ MUITAS MOEDAS P'REU PÔR DENTRO DO COFRE.UM DIA EU VOU QUEBRAR O COFRE,PEGAR UMA BOLSA GRANDE SEM NADA,COLOCAR AS MOEDAS E SAIR PELAS RUAS PARA DISTRIBUIR COM AS CRINÇAS POBRES.EU VOU ANDANDO E PERGUNTANDO PRA CADA UMA DAS PESSOAS QUE NÃO TÁ ANDANDO DE NADA- NÃO TÁ ANDANDO DE CARRO,NÃO TÁ ANDANDO DE CARROCINHA,NÃO TÁ ANDANDO DE BICICLETA,NÃO TÁ ANDANDO DE MOTO,NÃO TÁ ANDANDO DE NADA,SÓ TÁ ANDANDO A PÉ -EU VOU PERGUNTAR A ESSAS CRIANÇAS: VOCÊ É UMA CRIANÇA POBRE? AÍ SE ELA DISSER QUE SIM,EU DOU UM POUQUINHO DE MOEDAS PARA ELA.É SÓ TRÊS QUE EU VOU DAR,PORQUE SENÃO AS OUTRAS VÃO FICAR SEM NADA.
SE EU NÃO DER ESSAS MOEDINHAS PRA ELAS,ELAS VÃO FICAR SEM NADA NA RUA.ALGUMAS PESSOAS PENSAM QUE ESSAS CRIANÇAS SÃO RICAS,ENTÃO ELAS NÃO DÃO DINHEIRO.ELAS MENTEM DIZENDO QUE NÃO TÊM DINHEIRO,QUE SÓ TÃO PEGANDO CARONA DE ALGUÉM- O CARRO NÃO É DELAS- E ELAS NÃO TÊM RIQUEZA. ELAS NÃO QUEREM É DIVIDIR A RIQUEZA".
(MARTINA VALÉRIO NADALINI)

domingo, 31 de maio de 2009

OS ANJOS MORREM PRIMEIRO



Sem ti este meu mundo irregular fica mais assombroso,
A tua ausência abre em minha segurança um arrepio
de solidão,
Não há pelo que lutar se eu estiver sofrendo a tua falta,
Não sabes o tamanho das sombras abertas em meu
caminho quando tu partiras inesperadamente,
Não há porque continuar se a idealização, o primor de
meu espaço, tiver ido para sempre,
Não ouses amigo ir e deixar-me em covas de medos
eminentes, não há motivo para eu ficar também se tu
fores.
Buscando respostas em caminhos diluídos, mas foram
as tuas mãos que os fecharam?
Acreditei que meu trabalho estava concluído após notar
o silêncio do anjo de luz aflita,
Recorrer a novas filosofias com conteúdos egoístas
não fora uma coisa boa para fugir da saudade,
Eles não são como ti, eles são superficiais humanos
hipócritas,
Não há porque continuar se a idealização, o primor de
meu espaço tiver ido para sempre,
Não existem verdades constituídas por ‘’humanismo’’
na doutrina de cada um daqueles em que eu procurei
um pouco de ti idolatrado amigo,
Não ouses amigo ir e deixar-me em covas de medos
eminentes, não há motivo para eu ficar também se tu
fores.
És a principal razão pela qual luto pela disciplina diversa da sociedade,
És a principal razão pela qual eu luto contra todos os tipos de egocentrismo,
Faço por nós querido amigo e por todos os outros
espíritos entristecidos pela crueldade sem limites da
humanidade.



P.S.: "Não ouses amigo ir e deixar-me em covas de medos eminentes,
não há motivo para eu ficar também se tu
fores."

domingo, 24 de maio de 2009

Memória
(Carlos Drummond de Andrade)

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

sábado, 2 de maio de 2009

HERANÇA SENTIMENTAL

Existem alguns amores
que tivemos e que já resolvemos
há muito, que aparecem de vez enquando
em nossos gestos cotidianos.


Como bolinhas de sabão, deixam na
gente a sensação de alegria,
uma coceirinha de lembranças vividas.


Não são saudades,

são a nossa herança sentimental.


Foto: José d' Almeida & Maria Flores

AFASTAMENTOS...


Pessoas se distanciam
Porque o que tinham a dizer se esgota,
Carência de leme
E um sentimento permanente de solidão.
Afinal, o que é o Tempo?Uma fração de segundo
Que contém o presente que já foi futuro
E será passado.

Meu tempo é todo tempo do mundo.
Tateio.
E a um só tempo vivo,
Bebo da fonte prodigiosa
Diversa da tua, tão descuidada.
Passeia sobre mim,
Deixa o tempo lá fora,
Ou me deixa no tempo de ir...

sábado, 28 de março de 2009


A Felicidade, desesperadamente

André Comte-Sponville

O texto que segue é a transcrição, revista e corrigida pelo autor, da conferência-debate pronunciada por André Comte-Sponville no dia 18 de outubro de 1999, no âmbito dos Lundis Philo (Segundas-feiras de Filosofia), no Piano’cktail, em Bouguenais (44340).

Vou falar, então, da felicidade... Confesso que, diante de tal tema, estou dividido entre dois sen­timentos opostos. Primeiro, o sentimento da evidência, da banalidade mesmo: porque a felicida­de, quase por definição, interessa a todo o mundo (lembrem-se de Pascal: “Todos os homens procuram ser felizes; isso não tem exceção... E es­se o motivo de todas as ações de todos os homens, inclusive dos que vão se enforcar...”), e de­veria interessar ainda mais ao filosofo. Tradicio­nalmente, historicamente, desde que os gregos inventaram a palavra e a coisa philosophia, todos sabem que a felicidade faz parte dos objetos privilegiados da reflexão filosófica, que é até um dos mais importantes e dos mais constantes. Vejam Sócrates ou Platão, Aristóteles ou Epicuro, Spinoza ou Kant, Diderot ou Alain... “Não é verdade que nós, homens, desejamos todos ser felizes?” A busca da felicidade é a coisa mais bem distribuída do mundo.

No entanto, ao mesmo tempo que esse sentimento de evidência ou de banalidade, tenho também o de certa singularidade, certa solidão, para não dizer de certa audácia: esse tema, que pertence desde há tanto à tradição filosófica, a maioria dos filósofos contemporâneos – digamos, os que dominaram a segunda metade do século XX – tinha quase completamente esquecido, como se de repente a felicidade houvesse deixado de ser um problema filosófico. Foi o que surpreendeu meus colegas, quando publiquei meu primeiro livro, o Traité du désespoir et de la béatitude... Parecia-lhes que eu reatava com velhas noções – a de felicidade, a da sabedoria... – que lhes soavam obsoletas, arcaicas, superadas, que eu filosofava, foi o que me disse na época meu ex-professor do curso preparatório para a École Normale Supérieure, como já não se fazia “havia séculos”, acrescentara ele, eu nunca soube se era um elogio ou uma crítica, “como já não se ousa fazer...” Em suma, eu estava com alguns séculos de atraso, e não deixaram de me chamar a atenção para isso... Serão quase sempre os mesmos que, alguns anos depois, me acusaram de seguir a onda (que onda? A da sabedoria, da filosofia antiga ou à antiga, da ética, da felicidade...). não mudei muito, porém, nem eles. O público é que mudou, e tanto melhor se eu tiver alguma coisa a ver com isso. Meu primeiro livro apareceu em 1984: parecia então, de fato, que eu estava com vários séculos de atraso... Depois veio o sucesso, pouco a pouco, e compreendi que eu estivera uns dez anos adiantado. Não me gabo. O que são dez anos para a filosofia? Mas também não tenho por que me envergonhar. A verdade é que o passado da filosofia está sempre diante de nós, que nunca terminaremos de explorá-lo, de compreendê-lo, de tentar prolongá-lo... E que foi por não ter medo de parecer superado ou atrasado que talvez, às vezes, eu tenha estado um pouco adiantado...

O fato é que meu ponto de partida, em filosofia, foi reatar com essa velha questão grega e filosófica, a questão da felicidade, da vida boa, da sabedoria. Não por gosto de remar contra a correnteza, mas porque eu tinha vontade de fazer filosofia como a faziam os mestres que eu apreciava e admirava, apesar de alguns deles terem morrido haviam vários séculos: os gregos primeiro, é claro, mas também Montaigne ou Descartes, Spinoza ou Alain... Nesse caminho, aliás, havia pelo menos um contemporâneo que me precedera: Marcel Conche. Depois outro, que, sem o seguir pessoalmente, me incentivava a explorá-lo: Louis Althusser. Segui o exemplo ou o conselho deles. Subi muito a montanha, na história da filosofia, para tentar avançar um pouco. Não tinha escolha: não teria podido filosofar de outro modo.

Em suma, quis reatar não apenas com a etimologia, que não passa de um pequeno aspecto da questão, mas com essa tradição filosófica que faz que a Philosophia, como diziam os gregos, seja, etimológica e conceitualmente, o amor à sabedoria, a busca da sabedoria, sabedoria que se reconhece de fato, para quem a atinge e segundo a quase totalidade dos autores, por uma certa qualidade de felicidade. Se a filosofia não nos ajuda a ser felizes, ou a ser menos infelizes, para que serve a filosofia?

O filósofo que mais me marcou, durante todos os meus anos de estudo, mais ainda que Spinoza, mais ainda que Marx ou Althusser, foi sem dúvida Epicuro, que descobri no curso preparatório e a quem mais tarde consagrei minha dissertação de mestrado. Fiz logo minha a belíssima definição que ele dava da filosofia. Lembrem-se da primeira aula de filosofia que vocês tiveram, vocês que chegaram ao último ano do segundo ciclo... Há uma pergunta que os professores de filosofia fazem quase inevitavelmente no colegial (eu próprio fui professor de filosofia por vários anos) na primeira aula do ano, no início do mês de setembro. É preciso explicar a adolescentes que nunca estudaram filosofia o que ela é, em outras palavras, o que eles vão estudar, à razão de oito, cinco ou três horas por semana, conforme o curso, durante todo um ano; o que é essa nova disciplina – nova para eles! – que se chama desde há tanto tempo filosofia... Contaram-me que um colega, na primeira aula do ano, à pergunta “O que é a filosofia?” respondia: “A filosofia é uma coisa extraordinária. Faz vinte anos que ensino e continuo sem saber o que é!” Se fosse verdade, eu acharia muito mais inquietante do que extraordinário. O que poderia valer uma disciplina intelectual que não fosse capaz nem sequer de se definir? Mas não creio que seja assim. A verdade é que é perfeitamente possível responder à pergunta “O que é a filosofia?” e até mesmo de várias maneiras diferentes – essa pluralidade mesma já é filosófica. Quanto a mim, adorei a resposta que Epicuro dava a essa pergunta. Ela assume devidamente a forma de uma definição: “A filosofia é uma atividade que, por discursos e raciocínios, nos proporciona uma vida feliz”. Gosto de tudo nessa definição. Gosto em primeiro lugar de que a filosofia seja uma “atividade”, energeia, e não apenas um sistema, uma especulação ou uma contemplação. Gosto de que ela seja feita por “discursos e raciocínios”, e não por visões, bons sentimentos ou êxtase. Gosto enfim de que ela nos proporcione “uma vida feliz”, e não apenas o saber e, menos ainda, o poder... Ou, em todo caso, de que ela tenda a nos proporcionar uma vida feliz. Porque, se eu tinha uma reserva a fazer, e tenho, a essa bela definição de Epicuro, é que não estou convencido de que tenhamos, nós, modernos, os meios de assumir o belo otimismo grego ou a bela confiança grega. Onde Epicuro escrevia que “a filosofia é uma atividade que, por discursos e raciocínios, nos proporciona uma vida feliz”, eu diria antes, mais modestamente, “que tende a nos proporcionar uma vida feliz”. Fora essa reserva, a definição, que data de vinte e três séculos atrás e que me ilumina já há quase trinta anos, continua me convindo. O que á a filosofia? Para dizê-lo com palavras que sejam minhas (mas vocês verão que minha definição está calcada na de Epicuro), responderei: a filosofia é uma prática discursiva (ela procede “por discursos e raciocínios”) que tem a vida por objeto, a razão por meio e a felicidade por fim. Trata-se de melhor para viver melhor.

A felicidade é a meta da filosofia. Ou, mais exatamente, a meta da filosofia é a sabedoria, portanto a felicidade – já que, mais uma vez, uma das idéias mais aceitas em toda a tradição filosófica, especialmente na tradição grega, é que se reconhece a sabedoria pela felicidade, em todo caso por certo tipo de felicidade. Porque, se o sábio é feliz, não é de uma maneira qualquer nem a um preço qualquer. Se a sabedoria é uma felicidade, não é uma felicidade qualquer! Não é, por exemplo, uma felicidade obtida à custa de drogas, ilusões ou diversões. Imaginem que nossos médicos inventem, nos anos futuros – alguns dizem que já inventaram, mas, tranquilizem-se, ainda há muito o que esperar –, um novo remédio, uma espécie de ansiolítico e antidepressivo absoluto, que seria ao mesmo tempo um tônico e um euforizante: a pílula da felicidade. Uma pilulazinha azul, cor-de-rosa ou verde, que bastaria tomar todas as manhãs para se sentir permanentemente (sem nenhum efeito secundário, sem viciar, sem dependência) num estado de completo bem-estar, de completa felicidade... Não digo que nos recusaríamos a experimentá-la, nem às vezes, quando a vida está mesmo muito difícil, até a usá-la com certa regularidade... Mas digo que quase todos nós nos recusaríamos a nos satisfazer com ela e que, em todo caso, nos recusaríamos de chamar de sabedoria essa felicidade que deveríamos a um remédio. A mesma coisa vale, claro, para uma felicidade que proviesse apenas de um sistema eficaz de ilusões, mentiras ou esquecimentos. Porque a felicidade que queremos, a felicidade que os gregos chamavam de sabedoria, aquela que é a meta da filosofia, é uma felicidade que não se obtém por meio de drogas, mentiras, ilusões, diversão, no sentido pascaliano do tempo; é uma felicidade que se obteria em certa relação com a verdade: uma verdadeira felicidade ou uma felicidade verdadeira.

O que é a sabedoria? É a felicidade na verdade, ou “a alegria que nasce da verdade”. Esta é a expressão que Santo Agostinho utiliza para definir a beatitude, a vida verdadeiramente feliz, em oposição a nossas pequenas felicidades, sempre mais ou menos factícias ou ilusórias. Sou sensível ao fato de que é a mesma palavra beatitude que Spinoza retomará, bem mais tarde, para designar a felicidade do sábio, a felicidade que não é a recompensa da virtude mas a própria virtude... a beatitude é a felicidade do sábio, em oposição às felicidades que nós, que não somos sábios, conhecemos comumente, ou, digamos, às nossas aparências de felicidade, que às vezes são alimentadas por drogas ou álcoois, muitas vezes por ilusões, diversão ou má-fé. Pequenas mentiras, pequenos derivativos, remedinhos, estimulantezinhos... Não sejamos severos demais. Nem sempre podemos dispensá-los. Mas a sabedoria é outra coisa. A sabedoria seria a felicidade na verdade.

A sabedoria? É uma felicidade verdadeira ou uma verdade feliz. Não façamos disso um absoluto, porém. Podemos ser mais ou menos sábios, do mesmo modo que podemos ser mais ou menos loucos. Digamos que a sabedoria aponta para uma direção: a do máximo de felicidade no máximo de lucidez.

Portanto a felicidade é a meta da filosofia. Para que serve filosofar? Serve para ser feliz, para ser mais feliz. Mas, se a felicidade é a meta da filosofia, não é sua norma. O que entendo por isso? A meta de uma atividade é aquilo a que ela tende; sua norma é aquilo a que ela se submete. Quando digo que a felicidade é a meta da filosofia mas não sua norma, quero dizer que não é porque uma idéia me faz feliz que devo pensá-la – porque muitas ilusões confortáveis me tornariam mais facilmente feliz do que várias verdades desagradáveis que conheço. Se devo pensar uma idéia, não é porque ela me faz feliz (senão a filosofia não passaria de uma versão sofisticada, e sofística, do método Coué: trata-se de pensar “positivo”, como se diz, em outras palavras ludibriar-se). Não, se devo pensar uma idéia é porque ela me parece verdadeira. A felicidade é a meta da filosofia mas não é a sua norma, porque a norma da filosofia é a verdade, pelo menos a verdade possível (porque nunca a conhecemos por inteiro, nem absolutamente, nem com total certeza), o que chamaria de bom grado, corrigindo Spinoza por Montaigne, a norma da idéia verdadeira dada ou possível. Trata-se de pensar não o que me torna feliz, mas o que me parece verdadeiro – e fica a meu encargo tentar encontrar, diante dessa verdade, seja ela triste ou angustiante, o máximo de felicidade possível. a felicidade é a meta; a verdade é o caminho ou a norma. Isso significa que, se o filósofo puder optar entre uma verdade e uma felicidade – felizmente, o problema nem sempre se coloca nesses termos, só às vezes –, se o filósofo puder entre uma verdade e uma felicidade, ele só será filósofo, ou só será digno de sê-lo, se optar pela verdade. Mais vale uma verdadeira tristeza do que uma falsa alegria.

Sobre este último ponto, nem todo o mundo estará de acordo. Sem dúvida vários de vocês, na sala, estarão se dizendo que, pensando bem, entre uma verdadeira tristeza e uma falsa alegria, vocês prefeririam a falsa alegria... Vários, mas não todos. Pois bem: dispomos aqui de uma excelente pedra de toque, para saber quem é filósofo na alma e quem não é. Toda definição de filosofia já acarreta uma filosofia. Do meu ponto de vista, só é verdadeiramente filósofo quem ama a felicidade, como todo mundo, mas ama mais ainda a verdade – só é filósofo quem prefere uma verdadeira tristeza a uma falsa alegria. Nesse sentido, muitos são filósofos sem ser profissionais da filosofia, e é melhor assim; e alguns são profissionais ou professores de filosofia sem que por isso sejam filósofos, e azar o deles.

O essencial é não mentir, e antes de mais nada não se mentir. Não se mentir sobre a vida, sobre nós mesmos, sobre a felicidade. E é porque eu gostaria de não mentir que adotei o projeto que se segue. Num primeiro tempo, tentarei compreender por que não somos felizes, ou tão pouco, ou tão mal, ou tão raramente: é o que chamarei de a felicidade malograda (no original, bonheur manqué), ou as armadilhas da esperança. Num segundo tempo, a fim de tentar sair dessa armadilha, exporei uma crítica da esperança, desembocando no que chamarei de a felicidade em ato. Enfim, num terceiro tempo, que poderia se chamar a felicidade desesperadamente, terminarei evocando o que poderia ser uma sabedoria do desespero, num sentido que especificarei e que seria também uma sabedoria da felicidade, da ação e do amor.

André Comte-Sponville – A FELICIDADE DESESPERADAMENTE

Tradução de Eduardo Brandão – Martins Fontes Editora, São Paulo, 2001

sexta-feira, 13 de março de 2009

OS SINOS






NAS ÚLTIMAS SEMANAS TENHO VIVIDO HORRORES...


MAS,NENHUM ACONTECIMENTO ME DEIXOU TÃO TRISTE COMO O DO DIA 10/03 MINHA VÓ ESTAVA COM CÂNCER,OS MÉDICOS DISSERAM QUE ELA PODERIA FAZER UMA OPERAÇÃO,MAS DISSE TAMBÉM QUE SERIA MUITO ARRISCADA,QUE ELA PODERIA NÃO RESISTIR.


A VONTADE QUE ELA TINHA DE VIVER À MOTIVOU ARRISCAR...ELA TINHA FÉ QUE TUDO IRIA FICAR BEM,QUE ELA IRIA SE CURAR E VOLTAR PARA SUA CASINHA,QUANTA INOCÊNCIA!


OS MÉDICOS ENTÃO MARCARAM A CIRÚRGIA,DIA 04/03,NUNCA VOU ESQUECER AQUELE SEMBLANTE SERENO,A ÚLTIMA VEZ QUE VI MINHA VÓ... AO SE DESPEDIR ELA ME DISSE: "NANE, VOLTO JÁ" EU À ABRECEI E DISSE QUE A AMAVA E DESEJEI BOA SORTE.


DIA 04/03 ÀS 8:00 A.M,OS MÉDICOS COMEÇARAM A CIRÚRGIA QUE DUROU 05:00DE RELÓGIO.


OS MÉDICOS DISSERAM QUE ELA TINHA RESISTIDO,FICAMOS MUITO FELIZ E ENTÃO... NEM TUDO É FLORES,COM UMA RESPOSTA BOA É CLARO QUE TERIA UMA RUIM .


OS MÉDICOS PERCEBERAM QUE O CANCÊR ESTAVA ESPALHADO POR TODO O CORPO,PÂNCREAS,BAÇO,RINS E PULMÃO...

TADINHA DE MINHA VÓ,COM TANTA VONTADE DE VIVER,DE VOLTAR PARA SUA CASINHA E FICAR AO LADO DO ESPOSO...POR FALAR NO ESPOSO EM JANEIRO ELES TINHA COMPLETADO 50 ANOS DE CASADOS (BODAS DE OURO).


MAS,EMFIM MINHA VÓZINHA LUTOU CONTRA A MORTE DURANTE TRÊS DIAS E ENTÃO...ELA SE FOI, COM SUA FÉ INABÁLAVEL,COM SUA ENORME VONTADE DE VIVER.


LEVAMOS SEU CORPO PARA PRÓPRIA,ONDE ELA TINHA PASSADO TODA SUA VIDA, A QUANTO TEMPO EU NÃO IA ALI,ACHO QUE A ÚLTIMA VEZ EU TINHA MEUS 16 ANOS DE IDADE...


ADORAVA AQUELE SÍTIO,VOU SENTIR SAUDADES DAS NOITES DE LUAR QUE PASSAVA COM A CABEÇA NO COLO DE MINHA VÓ OLHANDO AS ESTRELAS,DAS HISTÓRIA QUE ELA ME CONTAVA...ALGUMAS ME FAZIA RIR MUITO,OUTRAS ME ASSUSTAVAM MAS,EU ME SENTIA PROTEGIDA AO LADO DELA.


UMA PROSSIÇÃO ACOMPANHAVA O ENTERRO E OS SINOS TOCAVAM,ANUCIANDO SUA PARTIDA.


ENTERRAMOS ELA NA MESMA SEPULTURA DE SEU PAI,E ENTÃO VOLTAMOS PARA CASA,DEIXANDO ELA LÁ.


AQUI AS LEMBRANÇAS ESTÃO POR TODOS OS LADOS...EU POSSO SENTI-LÁ A TODO INSTANTE,E ENTÃO EU FICO FELIZ.


" É DIFÍCIL DIZER ADEUS E PARTIR


É DIFÍCIL VER TUDO FINDAR,


E OS MOMENTOS QUE TIVEMOS NUNCA MAIS VÃO VOLTAR


MAS DIFÍCIL É,O TEMPO APAGAR


E AS LEMBRANÇAS VÃO FICAR.


NA DISTÂNCIA NOS LEMBRAMOS,DO AMOR NÓS RECORDAMOS


E COM GRATIDÃO,NOSSOS CORAÇÕES VOLTAMOS ADEUS...



E NÓS PODEMOS PRA SEMPRE ESTAR JUNTOS EU SEI,



*PODEMOS PRA SEMPRE ESTAR JUNTOS... "EU SEI."






APRENDI MUITO COM MINHA VÓ,SOU GRATA PELOS BONS E MAUS MOMENTOS QUE PASSAMOS JUNTAS,MOMENTOS ESSES QUE SERVIRAM PARA NOS APROXIMAR CADA VEZ MAIS...




EU A AMO MUITO!!!!!






ELAINE OLIVEIRA.

quinta-feira, 12 de março de 2009

* A VIAGEM*




Em algum lugar destas terras, há um doce olhar só para você...Um olhar especial, de alguém especial de distantes origens...Um olhar de um justo coração que pulsa só a vida,que sorri porque ama plenamente sem julgamentos,preconceitos, nem distinções.Hoje, como ontem, longe desses céus,há um encantado olhar só para você...e nesse olhar vai para você a magia da luz,a simplicidade do perdão,a força para comungar uma vida.Hoje, de algum lugar dentro de você,alguém que já o amou muito, e ainda o ama,diz para você que valeu a pena ter estado nestas terras,sob estes céus, falando de paz, união, amor, perdão.Poder sentir a força que faz você sorrire continuar o caminho...que um dia aquele doce olhar iniciou para você.Tudo isso, só para você saber que a vida continua...E que a morte, é uma viagem.


"Aqueles que amamos nunca morrem; apenas partem antes de nós."

terça-feira, 10 de março de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

QUANDO...

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!

Charles Chaplin

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A PROMESSA...


Ao olhar te nos olhos
Farei minha promessa!
Seguirei te pelo vale das trevas,
Então segurarei tuas mãos quando o medo vir
E mesmo quando for escuridão,
Caminharei contigo...
Prometo nunca fazer te chorar
E se um dia eu o fizer... Perdoa-me!
Não sou perfeita!
E quando me chamar pelo nome
Irei correndo ao teu encontro...
Então me chama!
E quando tudo for solidão
Grite, grite bem alto, que daqui ouvirei tua voz,
E responderei: não estás só!
Quando disserem lhe que não vales nada
Feche os olhos e ouça a vozinha que diz:
- Você é o tesouro mais raro!
Quando tudo parecer perdido,
E o mundo desabar...
Olhe para o lado, e lá estarei para ajudar a reconstruí-lo!
Nas batalhas contra os inimigos
Serei o soldadinho raso para defender-te!
Estarei na linha do fronte contigo!
E se fores ferido,
Então ajudarei a limpar tuas feridas...
Não prometo cicatriza-las, mas pelo menos amenizá-las...
Nas noites perturbadoras, onde o desespero e o medo tomarem conta de ti,
Chegarei de mansinho, tocarei de leve teu rosto,
Enxugarei tuas lágrimas...
E ali ficaremos sentados,
Apenas olhando para teto.
Não precisa dizer me nada... Teu silêncio já me diz...
Prometo não me separar de ti!
Mesmo que o tempo ainda não nos ajude
Ou mesmo tente nos afastar,
Teu nome estará escrito em minha vida,
E aonde quer que eu vá
Levarei você em meu pensamento!
E quando não conseguir mais caminhar,
Então estarei ao teu lado para ajudar-te a voar...
Essa é minha promessa de amizade eterna!


Ana Paula Quiterio